
Mesmo que seus filhos tenham momentos de tapas e beijos, conviver com irmão pode torna-lo mais empático. Foi o que mostrou um estudo realizado pela Universidade de Calgary, no Canadá, publicado no periódico Child Development. Para chegar à conclusão, os pesquisadores observaram a rotina de mais de 450 irmãos, com idades entre 1 ano e meio e 4 anos, por meio de filmadoras instaladas em suas casas, além de questionários sobre o comportamento das crianças, respondido pelos pais. As gravações analisaram a reação dos irmãos quando os pais fingiam estar bravos ou chateados. E o resultado ficou claro quando as crianças que se mostraram gentis, solidárias e compreensivas influenciavam seus irmãos a se comportarem de forma semelhante. Um dos autores da pesquisa, Marc Jambom, disse que apesar de presumirmos que os irmãos mais velhos e os pais são as principais influências de socialização no desenvolvimento dos mais novos, foi descoberto que tanto os irmãos mais velhos quanto os mais novos podem contribuir para a empatia um do outro.
Para o psicanalista Christian Dunker, professor do Departamento de Psicologia Clínica do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, “os irmãos nos oferecem a oportunidade de ver que não somos o centro do universo. Ajudar o outro, brincar junto, em situação de vantagem e desvantagem, ensina a ganhar e a perder, e nos faz aprender que ficar junto é mais importante.”
Irmãos X Irmãs
No estudo também foi levado em consideração a condição socioeconômica e os valores de cada família. No entanto, nenhum desses dois fatores interferiram no resultado da pesquisa. Já na questão de gênero e idade, foi observado que os irmãos mais novos não influenciam na empatia das irmãs mais velhas. E quanto maior a diferença de idade entre os irmãos, maior a influência que eles têm uns nos outros. De acordo com a coautora da pesquisa, Sheri Madigan, as descobertas reforçam a importância de considerar todos os membros da família, e não apenas os irmãos mais velhos e os pais.
Fonte: Revista Crescer
Comments