Leonardo e a mulher, Dianer, levaram um susto enorme nos últimos dias. A filha Alice, 4 anos, precisou de internação para tratar uma doença, até então, desconhecida pela família. “Primeiro, começaram a aparecer algumas feridinhas no corpo. Depois de alguns dias, ela começou a sentir muita dor no joelho, dificuldade para caminhar e diversas manchas na pele”, explica o pai.
O pediatra pensou que fosse uma doença de pele e receitou um medicamento. “Mas, no dia seguinte, Alice amanheceu chorando e com muita dor de cabeça”, contou Leonardo. Os pais, então, correram para o pronto-socorro e aí veio o diagnóstico: febre maculosa. “Nunca tínhamos ouvido falar nessa doença”, disse.
De acordo com o pediatra Roberto Almeida, do Hospital São Francisco de Paula, em Pelotas, no Rio Grande do Sul, onde Alice ficou internada, a doença é realmente difícil de ser diagnosticada nos primeiros dias. Isso porque os primeiros sintomas podem ser facilmente confundidos com outras doenças, como sarampo, meningite meningocócica e rubéola, por exemplo. “O exame confirmatório leva até 20 dias para mostrar o resultado. Por isso, é importante não esperar para iniciar o tratamento com antibióticos”, orientou.
Segundo o especialista, nas crianças, a febre maculosa pode ser mais grave, já que o sistema imunológico ainda está em formação. “Se passar dos primeiros cinco dias após o aparecimento dos sintomas para iniciar o tratamento, as chances do caso se agravar aumentam em 70%”, alertou o pediatra.
Como proteger seu filho
A doença é transmitida pela picada do carrapato, bastante comum em áreas de mata. No entanto, os insetos precisam estar contaminados com a bactéria, chamada Rickettsia rickettsiie e ficar de 6 a 10 horas em contato com a pessoa. Alice, por exemplo, foi picada durante um passeio em um sítio da família. Por isso, a orientação é para redobrar a atenção nesses locais.
Depois de ultrapassar a barreira da pele, a bactéria causa vasculite, ou seja, danifica a camada interna dos vasos sanguíneos, atingindo o cérebro, e outros órgãos como pulmões, coração, fígado, baço, pâncreas e até o cérebro. Daí a importância de agir rapidamente com o tratamento. A melhor atitude, no entanto, é a prevenção, principalmente nas férias, quando as crianças passam a ter mais contato com áreas onde o insete pode ser encontrado.
Veja algumas dicas para proteger as crianças:
• Prefira vestir as crianças com calça, pois o tecido ajuda proteger a pele; • Coloque sapatos fechados; • Roupas claras facilitam a visualização dos carrapatos; • Evite a interação excessiva com animais abandonados; • Animais domésticos devem ser vistoriados constantemente; • Depois do passeio, verifique a pele das crianças.
Se encontrar um carrapato na pele do seu filho, retire-o rapidamente. Quanto mais rápido isso for feito, menor é o risco de contrair a doença. Além disso, fique sempre atento aos sintomas como febre, dores na cabeça, musculares e nas articulações e manchas na pele.
Apesar de ser mais frequente em áreas rurais, a febre maculosa não é incomum nas zonas urbanas. Por isso, segundo o pediatra, é importante ficar de olho nos animais domésticos como cães, aves e pequenos roedores.
E não se esqueça: em caso de suspeita procure imediatamente uma unidade de saúde. O sucesso do tratamento está diretamente associado ao diagnóstico precoce. Com os seus filhos bem protegidos, a diversão das férias estará garantida!
Fonte: Revista Crescer
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