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Sinusite: causas e tratamento

Ela pega carona nas gripes de inverno e atrapalha a vida das crianças, provocando mais tosse, febre e nariz entupido. Conheça as principais causas e alguns truques para aliviar o mal-estar



O que é?


Trata-se de uma inflamação da mucosa que envolve os seios da face, que são as cavidades ósseas localizadas ao redor do nariz, das maçãs do rosto e dos olhos. Há um fluxo contínuo de secreção ali, que ajuda a eliminar organismos estranhos, causadores de possíveis problemas para o corpo. Quando esse processo é interrompido – por alterações anatômicas, infecções e alergias, por exemplo –, vírus, bactérias ou fungos conseguem se concentrar no local e se multiplicar com maior facilidade. O resultado? Sinusite à vista (ou rinossinusite, como preferem os especialistas).


Quais são os tipos?


Como a mucosa reveste os seios da face por completo, a inflamação se manifesta em diversos pontos. Pode ser frontal (na testa), maxilar (maçãs do rosto), etmoidal (entre o globo ocular e o nariz), esfenoidal (lateral ou no vértice da cabeça) ou pansinusite, que compromete todas as cavidades. Na hora de tratar, no entanto, o mais importante é saber o agente causador. Uma sinusite disparada por vírus evolui como uma gripe e melhora em aproximadamente uma semana. Quando o gatilho são as bactérias, ela pode ser classificada como aguda, com sintomas que duram até 14 dias, ou crônica, quando a crise persiste por mais tempo. Os tipos viral e bacteriano agudo são os mais recorrentes durante a infância. Há ainda a possibilidade de uma inflamação por fungos, mais frequente em adolescentes e adultos – ela pode causar complicações e, em alguns casos, exige intervenção cirúrgica para desobstruir a cavidade nasal.


Quais são os principais sintomas?


Nas crianças, a tosse é o preponderante. Em geral, ocorre com intensidade pela manhã e fica mais discreta ao longo do dia. Quadros de febre, dores musculares, coriza, obstrução nasal e perda de apetite também caracterizam o problema. Já a dor de cabeça, apesar de ser um sinal marcante em adultos, não semanifesta na infância. O principal motivo é o fato de os seios da face ainda estarem em desenvolvimento.


É comum na infância?


Sim, principalmente por causa da imaturidade imunológica e de fatores ambientais que facilitam a transmissão de micro-organismos. É por isso que costuma surgir quando o bebê já completou 6 meses de vida, depois de entrar em berçários, creches e escolas. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pedagogia (SBP), as crianças podem apresentar mais do que cinco episódios ao ano. Na maioria das vezes, o estopim são gripes e resfriados.


Crianças alérgicas estão mais propensas à inflamação?


Sim, a propensão é maior. A conta é simples: os processos alérgicos provocam inflamações das mucosas e funcionam como um abre-alas para os causadores da sinusite. Além disso, o nariz costuma ficar mais inchado, o que prejudica a eliminação de secreções e favorece a ação dos agentes infecciosos.


Como é feito o diagnóstico?


A avaliação é clínica e, nas crianças, não há necessidade de exames de imagem. O médico investiga o histórico e verifica quando começaram os sintomas. Diferenciar as causas é difícil, mas algumas pistas ajudam. Por exemplo, na sinusite viral costuma haver febre baixa, fluido nasal grosso, tosse e dor de garganta. Na bacteriana, a febre é alta (39°C), o nariz fica e entupido e a secreção tem cor amarelada ou mais escura.


Como identificar os casos de sinusite crônica?


Os sintomas duram mais de 12 semanas. Mas, para a tranquilidade das mães, a sinusite crônica não é comum na infância. Quando acontece, certamente o diagnóstico está relacionado a alergias, aspectos físicos como desvios de septo e a fatores como refluxo ou fibrose cística (uma doença genética que afeta os aparelhos digestivo e respiratório e as glândulas sudoríparas). Essas alterações anatômicas podem dificultar a drenagem das secreções e abrir uma porta para vírus, bactérias e fungos que causam a sinusite. É fundamental tratar primeiro a doença por trás do problema. Procure um pediatra. A orientação de um profissional é importante para confirmar o diagnóstico e realizar o tratamento mais adequado.


O que pode disparar uma crise?


Uma das principais causas é a gripe comum, que baixa a guarda do organismo e abre caminho para bactérias. Já ambientes com ar-condicionado ou clima muito seco ajudam a disseminar fungos que se alojam nos seios da face. Outro agravante são os ambientes com excesso de pó. A poeira provoca alergias, o que causa inchaços no nariz e favorece o acúmulo de secreções.


Como é feito o tratamento?


A sinusite viral é tratada como uma gripe, com analgésicos e descongestionantes que controlam os sintomas. Assim como outras infecções virais, a tendência é melhorar em até dez dias. Já as bacterianas requerem antibióticos receitados pelo pediatra. O mesmo tipo de remédio é indicado em casos crônicos, tratamento muitas vezes complementado com descongestionantes, expectorantes e corticoides tópicos. Eles são administrados durante três semanas, no mínimo. Para a sinusite fúngica, o tratamento pode ser cirúrgico ou medicamentoso.


E no dia a dia, o que pode contribuir para evitar o problema?


Desligar o ar-condicionado e fugir de ambientes muito secos é uma maneira de contornar possíveis gatilhos. Mas o maior segredo é a hidratação. A água tem papel decisivo quando o assunto é sinusite, pois umidifica e diliui as secreções. Assim, elas são eliminadas com mais facilidade. Como referência, bebês de 7 a 12 meses devem beber 800 ml de líquidos por dia (incluindo o leite materno). Entre 1 e 3 anos, são 900 ml. Dos 4 aos 8, a ingestão deve ser de 1,2 litro. Nas épocas mais secas e frias, fazer a lavagem nasal diariamente é uma boa alternativa para prevenir a doença (veja ao lado). Outra dica é a inalação a vapor, que faz uma limpeza completa das vias aéreas. O ressecamento do nariz favorece o acúmulo de impurezas e facilita a proliferação de bactérias.


Há algo que possa ser feito em casa para aliviar os sintomas?


Como as principais manifestações são nariz entupido e tosse, a lavagem nasal é uma boa saída. Com um conta-gotas, despeje três gotinhas de soro fisiológico em cada narina. Nesse momento, o truque é inclinar a cabeça da criança um pouco para trás, para garantir que a solução penetre no nariz. O procedimento pode ser feito até três vezes ao dia. Assim, as vias aéreas ficam livres e seu filho respira aliviado.


A alimentação ajuda a prevenir a sinusite?


Com certeza. Alimentos ricos em vitamina C, como laranja e acerola, são ótimas opções para fortalecer o sistema imunológico. Tomar chás quentes e comer abacaxi, fruta que tem propriedades expectorantes, pode amenizar os sintomas.


Fonte: Revista Crescer

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