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Slime: mãe diz que filha está internada com intoxicação em São Paulo

Especialista alerta que a geleca - ou amoeba - pode ser feita com ingredientes que desencadeiam reações irritativas, alérgicas e até queimaduras



A geleca - ou amoeba - até pode ser comprada pronta, mas o que conquistou mesmo a garotada foi o fato de poder fabricar o próprio slime. Existem várias receitas disponíveis na internet e elas levam diversos ingredientes, como água boricada, amaciante, espuma de barbear, tinta, bórax (ou borato de sódio) e cola branca. Aparentemente, o slime parece inofensivo, no entanto, alguns desses componentes podem ser extremamente prejudiciais à saúde.

Cris Pagano descobriu isso da pior forma possível. A filha, Valentina, está internada há mais de uma semana em um hospital de São Paulo. "Ela apresentava um quadro de gastroenterite sem nenhuma razão aparente. Todos os exames estão normais, hemograma e PCR inalterados, ultrassom e tomografia mostrando apenas um aumento e inflamação nos linfonodos intestinais. E hoje, depois de muitos dias de angústia, vendo ela piorando a cada dia - apesar do esquema fortíssimo de medicação para vômitos -, sem comer nada desde o início do quadro, veio o diagnóstico: envenenamento por bórax", escreveu Cris, em um post nas redes sociais.

Valentina também fez uma publicação de alerta: "Todos os dias no hospital, eu estava fazendo slimes porque sempre que recebia uma visita, eu ganhava materiais. Enquanto eu mexia com isso, ele penetrava na minha pele indo para a minha corrente sanguínea", conta. Segundo a menina, o médico dela só suspeitou do bórax, quando viu o produto no quarto do hospital. "Mães, proíbam o uso nos slimes! O médico já avisou a Vigilância Sanitária, que informou já ter outras ocorrências", completou a mãe.


ORIENTAÇÃO AOS PAIS


Não quer dizer que todas as crianças que entram em contato com esses produtos terão problemas. "Isso vai depender do tempo de manipulação, da quantidade usada, da predisposição da criança e do tempo de contato com o produto", diz.

Mas o ideal, segundo o alergista, é não fazer slime caseiro - a menos que se evite substâncias reconhecidamente tóxicas, em especial, o bórax. O melhor, mesmo, é dar preferência para os kits de produtos industrializados que são vendidos em quantidades e concentrações já testadas. E, caso tenha alguma reação, lavar a região com água ou soro fisiológico gelados e procurar atendimento médico o mais rapidamente possível. "Gente, tomem cuidado com isso. É muito perigoso e o que eu tive é muito sério", finaliza Valentina.

Nas redes sociais, a mãe da menina fez um post para esclarecer possíveis informações sobre o ocorrido com sua filha: "Meninas estou assustada com a viralização do meu post... Minha filha, Valentina, NÃO BEBEU BÓRAX DILUÍDO EM ÁGUA, ela possui uma conta de slime, fazia muito e manipulava o bórax para diluí-lo em água diariamente! Somente postei para servir de alerta para que não aconteça com outras crianças".

A redação da CRESCER tentou entrar em contato com a mãe e o médico de Valentina para saber se, de fato, foi o bórax que causou a intoxicação na menina, mas até a publicação desta reportagem ainda não teve sucesso.


Fonte: Revista Crescer

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